domingo, 24 de abril de 2011


Foi como em uma espécie de um sonho hipnótico
Ou em um rodar de bebedeira
Meus passos solitários,
Sendo tomados pela sombra vertical dos seus
Sua chegada invadindo minhas vistas
Entre a aba do meu boné e o nariz
Surgiu neste ponto, uma intensidade em te conhecer
Como se fosse um novo sentimento
Ah,, pequena
Te vi passar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O desdito


“Mais um dia sendo tomado pelo passado”, me ocorreu esse pensamento logo ao fechar às cortinas do ambiente de meu trabalho, o que me levou a acreditar ser um dia repetitivo, assim, esquecível. Tentando deixar para traz o tédio do expediente e os problemas pendentes, começo a caminhar, na companhia da sombra rastejante que segue os meus passos, “ o tédio ainda me persegue ”, mais adiante, no final da esquina, em um horizonte próximo, avisto a rua tão conhecida e percorrida de minha casa.
Alguns brinquedos colorindo o gramado acinzentado de inverno, brinquedos que pertenciam a mim, e foram preservados pelo tempo, a velhice dos brinquedos ainda assim, aparentavam bem menos que a minha. Ali estava meu sobrinho de 3 anos, arrastando o velho carrinho, (por coincidência o meu predileto),criando estradas na grama e na sua imaginação. Por um instante lembrei-me de quando eu vivia aquela fase, “quantas estradas percorri com ele!” Neste reflexo de memória, corri e o abracei feliz e saudosamente, ele correspondeu ao abraço sorrindo.
Há tempos não recebíamos visita em casa, a presença daquela criança harmonizava aquele lugar, levando o garoto em meus braços, em direção à sala de estar, logo percebi algo errado, minha irmã e mãe em choros agonizantes, mãos trêmulas tapando suas faces. Naquela tarde misteriosa e impensável, minha irmã correu em direção a mim, encolerizada, vítima de um terrível pânico, tomou o garoto de meus braços gritando rouca:
-O que esta fazendo ? Ele está morto!!!
Pestanejei surpreso com o que ouvi, aquilo não fazia nexo!
-Como assim? Morto? Está maluca?
Foi nos braços de minha irmã que encarei a criança, e vi seus olhos acinzentados, sem brilho, feito o gramado de inverno, e seu corpo sem vida, apenas inerte.
Eram 3 da manhã, e o barulho de uma motocicleta rasgando o silêncio da madrugada passando na rua de minha casa, fez-me acordar e livrar-me deste pesadelo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

♣♠♥♦


eu qro rasgar o universo
no infinito desse verso
me sente noradrenalina
meu creme de queratina
no umbigo seu ...