sexta-feira, 30 de abril de 2010

Lady quintal


Ela era madame de quintal
Cafezinho de terra
Panquecas de couve com sal
Pequena mocinha ao ar livre
As cortinas da sala
As roupas do varal
Macarronada de minhocas
Lindas tortas de folha de limão
O amanhã chegou
Olhando seu jogo de chá
Em um canto no chão
Ela recorda sua infãncia
Amanhece e vive
Na visão da discrepância.

ZzzZzz


Sou o escuro do silêncio
A metrópole mal acabada
Em noite amarga
Apenas o grunhido do doce
Que insiste em discernir
Sou a face feia da efêmera beleza
E o efeito nocivo do meu calmante
Cláct!!!

As vezes você me destrói
Pra me consertar em pedaços
É aí que você sonha pesado
Tormento e flagelo
Toca na morte gélida
Ceifando minha alma
Me fazendo um zumbí feliz.

Solução Aquosa




Flor sentinela
Lado macio da petrificação
Cores de aquarela
Refúgio de meus anseios
Meu éter lúcido
Calabouço fragmentado de nossos limites
Quis lhe ajudar e acabei te matando.

Prisma


Calei os sinos de vento
E o prisma cravei no peito
Não quero água
Quero sentir a sede!

quinta-feira, 29 de abril de 2010


Ao acordar pela manhã,
logo percebi algo de errado
aquelas malditas bolinhas de cobertor afugentadas,
afogando meu umbigo
pestanejei e por alguns instantes
acreditei estar com um umbigo de pelúcia.